sábado, 25 de julho de 2015

Entrevista 4: Intercâmbio em ORLANDO com Patrícia Sanches!

Olá pessoal,
Curtindo as entrevistas de intercâmbio em diferentes lugares do mundo? Já falamos de Londres, Austrália e hoje vamos para Orlando, EUA. Tudo de bom né? Já se imaginou estudando inglês e podendo visitar os parques da Disney entre milhões de atrações que tem em Orlando? Demais!! Seria como unir o útil ao agradável, fora  o clima assim como falamos sobre a Austrália também é bem parecido com o do Brasil. E hoje quem compartilha sua experiência de intercâmbio é a Patrícia Sanches, 35 anos, casada e com dois filhos.

Teacher Fe: Qual sua área de formação acadêmica?
Patrícia: Fiz curso técnico na área de Turismo já que na família tinha um tio que trabalhava com isso. Sempre gostei muito de viajar então imaginei que seguiria nessa área, mas meu curso superior foi de Letras – Tradução e Interpretação (Inglês). Inglês é uma coisa que adoro também e no fim das contas acabei juntando Turismo e Inglês por um tempo.

Teacher Fê: Porque resolveu fazer intercambio?
Patrícia: Como trabalho com tradução, meu sonho é chegar naquele ponto de fluência que você até sonha em inglês...rs
Para o meu trabalho é muito importante sempre aprimorar a língua e estar no meio da cultura americana é a melhor coisa. Tem coisas que você aprende no dia-a-dia que não se aprende em sala de aula. Outra coisa é ter professores nativos, americanos mesmo que conhecem expressões, gírias, aquelas coisas todas que fazem seu discurso fluir bem melhor.

Teacher Fê: Como foi o processo de contratação de intercambio?
Patrícia: Eu gosto de fazer tudo por conta própria, adoro pesquisar, planejar, então não contratei por nenhuma empresa de intercâmbio.
Através de algumas pesquisas em grupos de Orlando no Facebook descobri o nome de algumas escolas, quais forneciam o I-20 (Visto de estudante) e quais eram mais em conta.
Entrei em contato diretamente com a escola e fiz todo o processo com eles.

Teacher Fê: Porque Orlando?
Patrícia: Primeiramente, adoro os Estados Unidos! Para mim, é um lugar que você vem e sempre quer voltar porque se tem muito o que visitar.
Já havia visitado Orlando com a família 2 vezes e o clima daqui é bem parecido com o Brasil. Como vim com a família (marido e filhos), achei que para a adaptação deles um lugar que tivesse mais brasileiros com o clima mais agradável facilitaria tudo.
Sem contar a quantidade de atrações turísticas para divertir a criançada!
Para estudar, quem quer imersão total, talvez não seja o melhor lugar para se fazer intercâmbio. De qualquer forma, depende de você tentar falar só o inglês, tentar ficar em um ambiente só de americanos...

Teacher Fê: Está em casa de família ou alojamento de escola?
Patrícia: Aluguei um apartamento aqui pois estou com a família para um período de 6 meses pelo menos. Nesse formato, acho que é a melhor opção.

Teacher Fê: Como foi a chegada em Orlando? O que sentiu nos primeiros dias?
Patrícia: Como iria ficar bastante tempo e trouxe a família toda, a despedida do Brasil foi fogo! Tenho família grande e um baby de 2 anos que os vovós estão morrendo de saudades.
Com esse cenário, conexão no Panamá, filho com febre, sem dormir no voo, chegamos exaustos física e emocionalmente junto com resfriado, dor de estômago....rs. A imunidade baixou com certeza!
Tive um tempo até começarem as aulas. Fui até  escola para fazer o teste e comecei só 15 dias depois.
Os primeiros dias foram de busca de casa, contratação de serviço, aquela correria! Depois de tudo resolvido você senta, respira e vem aquela sensação de “agora vai”. Você começa a viver de verdade o dia-a-dia do país, prestar atenção na cultura, nas pessoas. É uma imersão “quase” total (no meu caso que estou com família e tenho amigos brasileiros por perto).

Teacher Fê: E as aulas? Muito diferentes das no Brasil?      
Patrícia: Não senti diferença ainda. Estou estudando há 3 meses e acho o método semelhante de algumas escolas no Brasil. A diferença é que você estuda com pessoas de diferentes nacionalidades, então acaba falando mais inglês e, no caso aqui da Flórida, aprende até Espanhol também...rs
Teacher Fê: Em que escola ou escolas estudou inglês no Brasil?    
Patrícia: Sempre estudei Inglês no Brasil. Tive uma ótima professora no Ensino Médio/Fundamental que me deu toda a base do inglês.
Depois disso ainda fiz Cultura Inglesa, Cellep e Wizard.

Teacher Fê:  Em qual nível de inglês você estava quando foi fazer intercambio?
Patrícia: Meu nível no momento é Avançado, mas tenho mais dificuldade na conversação do que escrita. Acredito que estou aqui para aprimorar a conversação mesmo.
Teacher Fê: Intercambio de quanto tempo?
Patrícia: Contratei para o período de 6 meses, mas acho que farei um pouco mais para poder prestar o TOEFL para, quem sabe fazer uma especialização na minha área depois..
Teacher Fê:  Acha que fez diferença já ter certa bagagem de inglês?
Patrícia: Eu acho Inglês sempre importante, estando no Brasil ou indo fazer intercâmbio.
No Brasil, ele sempre te abrirá portas e quem tem o sonho de morar fora, nada como trabalhar para uma multinacional que te possibilite essa transferência.
No caso do intercâmbio, dependendo da cidade que você escolher, dos colegas de classe, pelo menos o básico de inglês te ajudará muito.
Teacher Fê:  Quantas horas por dia ou semana você estuda inglês?
Patrícia: São no mínimo 4 horas por dia, fora as atividades diárias que pedem o inglês como ir ao supermercado, farmácia, restaurantes...

Teacher Fê: Sua sala tem muitos brasileiros? Você acha ou julga como ponto negativo?
Patrícia: Muitos brasileiros!!! Não tem muita fuga, os brasileiros estão tomando conta da Flórida e na escola que estudo todas as salas têm brasileiros. Na minha, de 12 alunos, 8 são brasileiros.
É um ponto negativo se esses colegas não estão dispostos a se esforçar tanto quanto você porque dessa forma vai rolar muito português na sala de aula. Por mais que os professores proíbam outra língua que não seja o inglês, acaba acontecendo.
Tenho uma professora que proíbe trabalho em dupla (muito comum em aulas de inglês) justamente porque as pessoas deixam de falar o inglês e se dispersam para outras línguas.

Teacher Fê: E as comidas na América, só lanches mesmo ou consegue driblar essa cultura de fast food?
Patrícia: Olha, vou te contar que está sendo meu melhor período na vida em relação à alimentação, acredita? Emagreci 5kg nesses 4 meses que estou aqui.
Aqui tem todo o tipo de comida que temos no Brasil, e ainda de forma mais prática. Eles fazem tudo para facilitar a vida e ganhar tempo, E isso serve ara comidas saudáveis e não só para as porcarias.
Em casa faço arroz, feijão, salada, frango, bife, carne de panela, peixe....Tudo normal!
Comíamos mais pizza no Brasil do que aqui....rs. Claro que no fim de semana tomamos um lanche, comemos pizza, mas tudo normal, como era no Brasil mesmo.

Teacher Fê:  Gosta do clima de Orlando?
Patrícia: O clima em Orlando é muito semelhante ao do Brasil. Muita gente fala que escolheu aqui por esse motivo.
Eu gosto de não precisar tirar o carro soterrado na neve, mas está fazendo muito calor nesse verão!! Estamos pegando dias de 40°! Sei que o pessoal do Rio de Janeiro e Nordeste está acostumando, mas como sou de São Paulo, estou derretendo!
Teacher Fê: Orlando tem muitas atrações para turista, quais você foi e recomenda?
Patrícia: Orlando tem muitas coisas para se fazer além de Disney, Sea World, Busch Gardens e Universal. Esses são os parques básicos que todo mundo visita e que eu acho que vale mesmo! Só que quando estamos morando não tem essa de ir aos parques todos os fins de semanas, o bolso reclama...rs
Até dá para fazer o passe anual, mas o da Disney por exemplo fica meio caro quando a família é grande.
Fora eles, agora tem o parque Legoland que fica há 1h de Orlando, em Lakeland. Não fui mas parece ser bem legal e agora eles abriram o hotel temático.
Existem também muitos parques (sem serem s temáticos!) onde você pode fazer canoagem, mergulhar, pescar, acampar, fazer churrasco. Fomos conhecer o Blue Springs que fica há 45 minutos daqui.
Tem uma estrutura muito boa, com banheiros, mesas para pic-nic, playground, lanchonete...Só tem um porém: a água é congelante (transparente e linda também)! Não dá nem para acreditar que nesse calor todo a água não esquenta. Mas depois que você entra vai acostumando!
Outra coisa que tem muito aqui são os Farmer’s Market nos finais de semana. Se buscar na internet tem até site para mostrar onde está tendo com todas as informações. No Lake Eola, em Downtown Orlando, tem todo domingo e é muito legal! Barracas com venda de tortas caseiras, mel caseiro, comidas típicas, vale conhecer!

Teacher Fê: Como é sua rotina ?
Patrícia: Eu estudo de manhã, então acordo bem cedo e fico na escola das 8h às 12h30. Volto para casa e começo a rotina normal que eu tinha no Brasil. Como vim com a família toda, não mudou muita coisa.
Faço almoço, tem mercado, passeio à tarde sempre que dá e à noite quando a casa está mais calma reservo para estudar.
Teacher Fê: O que mais tem marcado nesta experiência internacional?
Patrícia: O que sempre me marca, me deixa feliz é a educação das pessoas aqui. Desde pequenas elas abrem a porta para você, pedem desculpa antes de passar na sua frente e isso não tem preço. Eles são também muito patriotas, valorizam e cuidam do que é deles. Respeitam as pessoas, os policiais, talvez por não estar vendo isso no Brasil, me chame a atenção.
É muito bom poder sentir-se segura ao sair na rua. Aqui posso andar com a janela do carro aberta, minha filha vai ao cinema com os amigos e fico tranquila.
Por exemplo, aqui todos os condomínios têm um policial para agilizar qualquer ocorrência que possa ter. E isso não é de ouvir falar, vejo no nosso e em outros também.

Teacher Fê:  Pretende voltar para o Brasil?
Patrícia: Se eu pudesse, eu ficaria mas envolve muitas coisas. Como estudante não se pode trabalhar e com essa loucura do dólar fica difícil se manter só com o dinheiro do Brasil.
Quem tiver a oportunidade (como a de visto de trabalho que citei antes), acho que vale muito a pena.
Teacher Fê:  Que conselho você daria para quem quer fazer intercambio em Orlando?
Patrícia:Tem que sempre pesquisar bastante, não só sobre a escola, mas sobre o local. Na Flórida a imersão é menor do que em outros estados dos Estados Unidos. Se você quer um curso curto, para aprender rápido, talvez não seja o melhor lugar pois se tem muito contato com brasileiros e latinos. Se ouve mais espanhol e português do que inglês em alguns lugares.
Teacher Fê: Da tempo de ir nos parques da Disney? Ao menos nos barzinhos da Universal?
Patrícia: Claro que sim! Sempre tem que ter o tempo de descanso, senão o cérebro satura (isso é real!)...rs. O Citywalk no Universal fica aberto até às 2 da manhã e tem a Church Street em Downtown Orlando que tem os barzinhos abertos até tarde, e o mais importante, com policiamento na ruas.


Teacher Fê: Da pra fazer amigos? Ou você sente que é algo mais superficial?
Patrícia: Na minha experiência, acho que dá sim. Tem os colegas de sala, as pessoas que você pode conhecer no local onde está morando ou alguma outra comunidade que venha a frequentar.
Logo que chegamos já fizemos amigos, desde o cara que nos vendeu o carro, até a vizinha do condomínio, fora o pessoal da escola e da igreja que frequentamos (só de brasileiros). Quando se está fora de seu país, você acaba se apegando Às pessoas que te cercam e que te querem bem.
Teacher Fê: Durante o processo de aprendizagem da língua inglesa o que julga ter feito a diferença para que chegasse ao nível de inglês que agora tem?
Patrícia: É muito importante se dedicar fora da sala de aula. Não adianata fazer suas 2h ou 4h de aula diária, é preciso se dedicar fora da escola também.
Eu sempre me interessei em ler, e faço isso com livros em inglês. Por mais que não entenda todas as palavras, você vai compreendendo pelo contexto e ganhando cada vez mais vocabulário.
Livros, músicas e séries são ótimos para adquirir vocabulário.

Teacher Fê: Passou por algum situação engraçada? Alguma gafe que tenha cometido que queira compartilhar?
Patrícia: Não chega a ser super engraçado, mas foi uma situação que marcou e não esqueço mais a diferença entre as duas palavras.
Estava no Walmart e ia pagar as compras, e eu sempre pergunto se posso “swipe” o cartão. Só que sempre pronunciava “swip”, não sabia a diferença e ninguém nunca tinha falado nada, então achei que estava tudo certo.
Nesse dia a caixa olhou para mim e disse “You swipe the card and swip the floor” e fez os movimentos para eu entender. Achei demais, ela não estava rindo da minha cara, quis ajudar mesmo!
Essa é uma ótima forma de aprender, em alguma situação marcante. Você com certeza não esquecerá mais!
Toda vez que vou passar o cartão lembro dela...rs

Teacher Fê:  Caso volte para o Brasil o que pretende fazer com o idioma e experiência de vida que conquistou?
Patrícia: Como meu ramo é tradução, ao voltar, gostaria de investir mais nisso já que voltarei com uma bela bagagem! E vou querer continuar estudando, porque isso é uma coisa que temos que fazer sempre!


Muito bacana a experiência da Patrícia. E pra quem pensa em ir pra Orlando pra estudar, viver ou passear, conheça o canal no facebook e youtube 78Centavos que é do marido da Patrícia e toda as quartas tem novidade como dicas de como alugar casa, lugares baratos pra passear e muito mais.


Se você curtiu este post dê um like no meu face e compartilhe. Vamos animar a galera aprender inglês, porque vale muuuuito a pena gente! Vocês tem visto ai nos post. Então, não marque bobeira, se você ainda não começou, comece se você começou e parou, volte logo, não espere fazer falta não, ok?!!. 

beijão,

Teacher Fe  

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A importância do imigrante falar inglês nos EUA.- Revista BrazilUsa Massachusetts.

Olá queridos,
 
Hoje quero compartilhar o artigo que escrevi para revista Brasil USA Massachusetts, revista distribuída apenas nos EUA para o público Brasileiro que la reside.  Quem ainda não leu, segue:

A IMPORTÂNCIA DO IMIGRANTE FALAR INGLÊS NOS EUA.

O inglês é o idioma mais falado em todo o mundo, ter fluência nesse idioma pode expandir as nossas fronteiras de forma incrível no mundo dos negócios, na vida acadêmica e social. Diria que sem o domínio do inglês suas chances de sucesso na carreira fatalmente são menores.

Tudo isso você já sabe, mas não é redundante ressaltar a importância de se “falar bem” inglês nos EUA, depois de destacar os cuidados com nossa aparência física e vestimenta, o segundo passo na sua marca pessoal é o que e como você fala.

Em recente estudo divulgado pela Northeastern University, em Boston mostra que imigrantes que falam inglês ganham em média três vezes mais do que quem não fala o idioma.

Nos EUA existe uma concentração de brasileiros nos estados de Massachusetts, Nova York, Flórida e na Califórnia, cidade de São Francisco. Nestas áreas o número de brasileiros é tão grande que se ouve “parece até que a gente está no Brasil” e pode-se falar português nos comércios, igrejas, hospitais e serviços de atendimento.

De acordo com pesquisas sobre o tema, esse é um dos motivos que muitos brasileiros adiam os estudos da língua inglesa. Apesar de saberem da importância de se falar o idioma, muitos brasileiros aprendem apenas o inglês de “rua” ou de um trabalho especifico que executam. O problema é que o inglês falado nas ruas é cheio de erros, não segue regras gramaticais, são gírias e expressões usadas por grupos de pessoas de acordo com o local e classe social que pertencem.

Podemos usar como exemplo o que vemos na televisão, jornalistas e apresentadores geralmente falam mais formalmente e sem sotaques regionais, o William Bonner não fala como um nordestino, sulista, paulista ou carioca, ele transmite a informação de forma “limpa” e este empenho é feito para que a comunicação seja plena a todos que  os assistem. Da mesma forma o imigrante que sai do seu pais em busca de melhores condições de vida, que queira atuar em sua área de formação, que almeja uma boa posição no mercado e queira efetivamente se comunicar com os nativos de forma mais limpa e natural deverá se empenhar para alcançar tal fluência.

Os imigrantes alegam que o motivo de não se dedicarem aos estudos da língua inglesa é a falta de tempo e de condições financeiras; desta forma, deixam de lado não apenas a possibilidade de ganhar mais, mas também a possibilidade de ocupar posições melhores nas empresas.

Um candidato que tenha bom nível de inglês tem mais chances de ocupar cargos de chefia e ganhar até o dobro de outro que fala mal ou que não fale inglês.

Investir no inglês não é apenas comunicar-se, é também um investimento na posição social e de crescimento cultural. O domínio do idioma torna o imigrante mais confiante e seguro colocando-o em uma posição de igualdade nas relações sociais.

É importante lembrar que para aprender efetivamente um novo idioma requer muita dedicação e tempo. Para quem está nos EUA e já fala inglês aconselho buscar sempre aprimoramento e para quem mora em outro país que o inglês a primeira língua incorporar o idioma em atividades do dia a dia como anotações em agendas, ouvir músicas, assistir filmes, series, ler artigos em inglês de temas de seu interesse agregados aos estudos com regularidade da gramática da língua fazem toda a diferença e aumentam potencialmente sua capacidade de absorver o inglês de forma quase que natural.

Boa sorte!

Fe Cardoso
 
Segue o link da revista para vocês conhecerem e a página com meu artigo.

 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Entrevista 3 : Intercâmbio na AUSTRÁLIA com Veronica Carvalho!


Oi pessoal!!!!
 
Estou feliz em saber que as experiências de intercâmbio que tenho compartilhado aqui no blog com vocês tem sido de grande inspiração para muitos.

Hoje o intercâmbio é na Austrália. Sonho de muitos brasileiros não é mesmo? ainda mais porque o clima é bem parecido com o do Brasil. Quem compartilha hoje sua experiência é Verônica Carvalho, 30 anos, solteira, da área de Eventos que tomou a decisão de fazer intercâmbio após perder o emprego no Brasil.


  
Teacher Fê: Como foi o processo de contratação de intercâmbio?
Veronica:  A partir do momento que decidi foi rápido. Demorou um pouco mais por ser final de ano e ter alguns recessos nos departamentos necessários para a aquisição do visto e das documentações. Mas antes disso namorei as agencias por um ano ate decidir pela
Austrália Brasil, unidade Frei Caneca.
Teacher Fê: Porque Austrália?
Veronica: Possibilidade de trabalho como estudante. Jamais teria condições para vir sem trabalho para me bancar; clima parecido com o Brasil, galera amigável e a cidade por ser oposto a São Paulo.
Teacher Fê: Está em casa de família ou alojamento de escola?
Veronica: Nem um dos dois vim na coragem não fechei nada no Brasil.
Teacher Fê: Mora com quem?
Veronica: Com australiano de família japonesa; Australiano de família Servia; Francês que deixou a casa essa semana, um brasileiro e temporariamente um indiano.

Teacher Fê: Como foi a chegada na Austrália? 
Veronica: O que to fazendo aqui, pensei eu. Sem dinheiro, sem casa, sem internet e sem me comunicar com eficiência. Mas os Australianos são muito amigáveis e gentis não se importam de repetir o que não entendeu ou te pegam pelo braço e te explicam o caminho.  

Teacher Fê: O que sentiu nos primeiros dias?
Veronica: Felicidade de estar realizando um sonho sozinha, sem ajuda de ninguém e sem grandes planos também, foi como eu estivesse nascendo naquele momento e aprendendo a andar. Moro em Brisbane e a primeira impressão que tive foi: esse foi o lugar dos meus sonhos; tudo funciona inclusive a cidadania.
Teacher Fê: Qual escola você estuda na Austrália? Considera muito diferente das escolas do Brasil? 
Veronica: Escola LangPorts.
Outro mundo. Primeiro porque é proibido falar outra língua que não seja inglês dentro da escola. Se te pegarem falando, além de ter que se explicar em inglês colocam uma fotinho sua horrível no mural da escola onde no mesmo dia aparece com chifres bigodes e dente podre. Pelos comentários do Brasil e na Austrália também eu estou na melhor escola da Austrália, realmente o ensino é muito bom. Agora no meu quinto mês que comecei a estudar com mais brasileiros mas geral não nos misturam muito não.          
Teacher Fê: Em qual escola ou escolas estudou inglês no Brasil?
Verônica: Wizard e Callan UK.
Teacher Fê: Em qual nível de inglês você estava quando foi fazer intercâmbio?
Veronica: Não sei mas básico acho. Inglês de bar: toma uma e você acha que fala para caramba e quem esta falando com você acha que te entende.
Teacher Fê: Intercâmbio de quanto tempo?
Veronica: Seis meses que será renovado. Amém!
Teacher Fê: Muito se fala sobre o sotaque Australiano, sentiu diferença já que no Brasil ou se aprende inglês Americano ou Britânico?
Veronica: haha muito. Aprendi o inglês americano, tenho uma amiga que mora na Inglaterra então já havia acostumado com o sotaque dela e do marido. Aqui é uma mistura de britânico com australiano. Muita gíria.
Teacher Fê: Acha que fez diferença já ter certa bagagem de inglês?
Veronica: Total. Sem questionar. Conheci pessoas que vieram com zero inglês e se sentiam muito mal por não ter feito algo no Brasil antes. Eu sempre fui cara de pau e mesmo falando tudo errado eu tentava mas a grande maioria que vem já adulto sem falar nada, trava e não desenvolve até criar uma consciência sobre o quão é importante falar mesmo que errado.
Teacher Fê: Quantas horas por dia ou semana você estuda inglês?
Veronica: 4:30 por dia mais homework quando me sobra tempo para fazer. De segunda a sexta.
Teacher Fê: O que você acha das comidas locais?
Veronica: Zuada. Não tem uma coisa específica que esse povo come, no geral são porcarias. De comida mesmo, eles gostam muito de comida mexicana e sushi de rolinho em toda esquina tem um e café, tomam muiiito café. Eles adoram comer Vegemite é um treco ruim que passam no pão que diz ser nutritivo mas nenhum estudante de nenhuma nacionalidade gosta. Carne de canguru também comem e o famoso Timtam que é um biscoito delicioso que engorda horrores. A banana daqui é a coisa mais sem graça assim como o sal não salga e o açúcar não adoça.

Teacher Fê: E o clima?
Veronica: Sol lindo sempre. Agora é inverno mas ainda assim de manhã o sol brilha. Peguei pouquíssima chuva.

Teacher Fê: E os lugares que conheceu?
Veronica: Não viajei até agora, sem grana para tanto, mas a cidade em si tem seus atrativos como uma “praia artificial” no centro da cidade com varias conveniências, tem um jardim botânico, tem museu, teatro, cinema, e bons restaurantes. Max Brenner chocolateria, DFO Outlet, ChinaTown ( região de bares clubs ) com maioria estudante internacional, West End bares e restaurantes com maioria australiana. 

Teacher Fê: Como é sua rotina?
Veronica: Eu não sou parâmetro porque só estudo e trabalho. Mas meu caminho é lindo, saio geralmente 8h - 8:30 e gasto uns 20 min para chegar na escola de bike contornando o rio Brisbane, zero transito, hora do almoço na escola sempre procuro levar minha comida para não gastar, depois durmo uma hora e levo de bike mais 5 min para o trabalho. Sexta é o dia de comer fora depois do trabalho comida mexicana no Guzman e Gomes, meus finais de semanas são sempre trabalhando também.

Teacher Fê: O que mais tem marcado nesta experiência internacional?
Veronica: A força que descobre ter que não sabia que existia. Sou feliz aqui apesar de não ter nada, minha  vida é muito simples mas regada felicidade até porque aqui ninguém precisa mostrar o que não é. As pessoas de social andam de chinelo na rua depois do trabalho, eles bebem muito e como meninas e meninos são muito belos é um choque ver gente linda entortando o caneco pelas ruas, as famílias são grandes média de 2 a três filhos fácil isso mostra como são família, casais muito jovens, é muito fácil ser feliz aqui.

Teacher Fê: Como já passa de 5 meses, como tem feito pra se manter?
Veronica: Trabalho de segunda a segunda não paro.  Eu fui muito abençoada quanto a trabalho aqui.  Economia total.
Teacher Fê: Pretende voltar para o Brasil?
Veronica: Gostaria de tentar trabalhar nas Olímpiadas mas todos aqui falam que é besteira voltar para o Brasil mas para ficar aqui também custa caro.
Teacher Fê: Que conselho você daria pra quem quer fazer intercambio na Austrália? Veronica: Vem  antes que as portas se fechem como aconteceu nos EUA. As pessoas estão vendo o quanto se pode ter de qualidade de vida aqui, aqui é um Brasil que deu certo. Temperatura bastante parecida, pessoas muito simpáticas e alto astral e tudo funciona. Todos incorporam o senso de civilidade.
Teacher Fê:  Como tem sido ficar longe da família todo esse tempo?
Veronica: Sempre fui longe da família então não pegou muito sofrimento como vi outras pessoas aqui sofrendo. Pega mais a preocupação de saber que se algo acontecer você não estará lá.
Teacher Fê: Fez muitos amigos?
Veronica: As amizades aqui deixam o gostinho de quero mais porque estudantes vem e vão a todo tempo.  Mas como estão todos muito carentes é bem fácil fazer amigos sim.

Teacher Fê: Durante o processo de aprendizagem da língua inglesa o que julga ter feito a diferença para que chegasse ao nível de inglês que agora tem?
Veronica: Escola é puxada, morar com gringo e ler os jornais locais e assistir televisão ( apesar de fazer quatro meses que não assisto)
Teacher Fê: Passou por algum situação engraçada? Alguma gafe que tenha cometido que queira compartilhar?
Veronica: Trabalhar na feira e não saber o nome das coisas que te perguntam e você pede para outro freguês te ajudar; falar com seu flatmate que o outro morador é lindo maravilhoso e a namorada dele cair da escada e você descobrir que ela estava ouvindo e você se fingir de louca porque como o inglês não é perfeito não tem como ela provar nada. Levar um cliente de Greencab (taxi ecológico) para um lugar quando ele disse outro;  ouvir por horas uma senhora do Sirilanka com super sotaque carregado falar dez vezes como o marido dela morreu e cada vez entender algo diferente.
Teacher Fê: Caso volte para o Brasil o que pretende fazer com o idioma e experiência de vida que conquistou?
Veronica: Trabalhar na minha área e obter o retorno do meu investimento. Tenho formação em Eventos, me graduei e me pós graduei pela universidade Anhembi Morumbi, mas trabalhava na área comercial da mesma universidade com orientação profissional. Não trabalhei em muuuuitos eventos como gostaria, mas trabalhei. Por isso estou atrás do inglês para entrar na minha área por definitivo.
Muito obrigada Veronica por compartilhar sua experiência.
Viram só pessoal? não é tudo flores, tem que ralar, abrir mão de mordomias, arregaçar as mangas se não tiver quem te banque, mas ainda sim é possível.
Bom queridos, espero que tenham gostado!!! E qualquer dúvida que tenha ficado, deixa nos comentários que eu vejo com a Veronica e falo pra vocês. ;)
As entrevistas ainda não acabaram, mais novidades em breve!! Continuem comigo!
beijoooo!