Oi pessoal!!!!
Estou feliz em saber que as experiências de intercâmbio que tenho compartilhado aqui no blog com vocês tem sido de grande inspiração para muitos.
Hoje o intercâmbio é na Austrália. Sonho de muitos brasileiros não é mesmo? ainda mais porque o clima é bem parecido com o do Brasil. Quem compartilha hoje sua experiência é Verônica Carvalho, 30 anos, solteira, da área de Eventos que tomou a decisão de fazer intercâmbio após perder o emprego no Brasil.
Teacher Fê: Como foi o processo de contratação de intercâmbio?
Veronica: A partir do momento que decidi foi rápido. Demorou um pouco mais por ser final de ano e ter alguns recessos nos departamentos necessários para a aquisição do visto e das documentações. Mas antes disso namorei as agencias por um ano ate decidir pela
Austrália Brasil, unidade Frei Caneca.
Teacher Fê: Porque Austrália?
Veronica: Possibilidade de trabalho como estudante. Jamais teria condições para vir sem trabalho para me bancar; clima parecido com o Brasil, galera amigável e a cidade por ser oposto a São Paulo.
Teacher Fê: Está em casa de família ou alojamento de escola?
Veronica: Nem um dos dois vim na coragem não fechei nada no Brasil.
Teacher Fê: Mora com quem?
Veronica: Com australiano de família japonesa; Australiano de família Servia; Francês que deixou a casa essa semana, um brasileiro e temporariamente um indiano.
Teacher Fê: Como foi a chegada na Austrália?
Veronica: O que to fazendo aqui, pensei eu. Sem dinheiro, sem casa, sem internet e sem me comunicar com eficiência. Mas os Australianos são muito amigáveis e gentis não se importam de repetir o que não entendeu ou te pegam pelo braço e te explicam o caminho.
Teacher Fê: O que sentiu nos primeiros dias?
Veronica: Felicidade de estar realizando um sonho sozinha, sem ajuda de ninguém e sem grandes planos também, foi como eu estivesse nascendo naquele momento e aprendendo a andar. Moro em Brisbane e a primeira impressão que tive foi: esse foi o lugar dos meus sonhos; tudo funciona inclusive a cidadania.
Teacher Fê: Qual escola você estuda na Austrália? Considera muito diferente das escolas do Brasil?
Veronica: Escola LangPorts.
Outro mundo. Primeiro porque é proibido falar outra língua que não seja inglês dentro da escola. Se te pegarem falando, além de ter que se explicar em inglês colocam uma fotinho sua horrível no mural da escola onde no mesmo dia aparece com chifres bigodes e dente podre. Pelos comentários do Brasil e na Austrália também eu estou na melhor escola da Austrália, realmente o ensino é muito bom. Agora no meu quinto mês que comecei a estudar com mais brasileiros mas geral não nos misturam muito não.
Verônica: Wizard e Callan UK.
Teacher Fê: Em qual nível de inglês você estava quando foi fazer intercâmbio?
Veronica: Não sei mas básico acho. Inglês de bar: toma uma e você acha que fala para caramba e quem esta falando com você acha que te entende.
Teacher Fê: Intercâmbio de quanto tempo?
Veronica: Seis meses que será renovado. Amém!
Teacher Fê: Muito se fala sobre o sotaque Australiano, sentiu diferença já que no Brasil ou se aprende inglês Americano ou Britânico?
Veronica: haha muito. Aprendi o inglês americano, tenho uma amiga que mora na Inglaterra então já havia acostumado com o sotaque dela e do marido. Aqui é uma mistura de britânico com australiano. Muita gíria.
Teacher Fê: Acha que fez diferença já ter certa bagagem de inglês?
Veronica: Total. Sem questionar. Conheci pessoas que vieram com zero inglês e se sentiam muito mal por não ter feito algo no Brasil antes. Eu sempre fui cara de pau e mesmo falando tudo errado eu tentava mas a grande maioria que vem já adulto sem falar nada, trava e não desenvolve até criar uma consciência sobre o quão é importante falar mesmo que errado.
Teacher Fê: Quantas horas por dia ou semana você estuda inglês?
Veronica: 4:30 por dia mais homework quando me sobra tempo para fazer. De segunda a sexta.
Teacher Fê: O que você acha das comidas locais?
Veronica: Zuada. Não tem uma coisa específica que esse povo come, no geral são porcarias. De comida mesmo, eles gostam muito de comida mexicana e sushi de rolinho em toda esquina tem um e café, tomam muiiito café. Eles adoram comer Vegemite é um treco ruim que passam no pão que diz ser nutritivo mas nenhum estudante de nenhuma nacionalidade gosta. Carne de canguru também comem e o famoso Timtam que é um biscoito delicioso que engorda horrores. A banana daqui é a coisa mais sem graça assim como o sal não salga e o açúcar não adoça.
Teacher Fê: E o clima?
Veronica: Sol lindo sempre. Agora é inverno mas ainda assim de manhã o sol brilha. Peguei pouquíssima chuva.
Teacher Fê: E os lugares que conheceu?
Veronica: Não viajei até agora, sem grana para tanto, mas a cidade em si tem seus atrativos como uma “praia artificial” no centro da cidade com varias conveniências, tem um jardim botânico, tem museu, teatro, cinema, e bons restaurantes. Max Brenner chocolateria, DFO Outlet, ChinaTown ( região de bares clubs ) com maioria estudante internacional, West End bares e restaurantes com maioria australiana.
Teacher Fê: Como é sua rotina?
Veronica: Eu não sou parâmetro porque só estudo e trabalho. Mas meu caminho é lindo, saio geralmente 8h - 8:30 e gasto uns 20 min para chegar na escola de bike contornando o rio Brisbane, zero transito, hora do almoço na escola sempre procuro levar minha comida para não gastar, depois durmo uma hora e levo de bike mais 5 min para o trabalho. Sexta é o dia de comer fora depois do trabalho comida mexicana no Guzman e Gomes, meus finais de semanas são sempre trabalhando também.
Teacher Fê: O que mais tem marcado nesta experiência internacional?
Veronica: A força que descobre ter que não sabia que existia. Sou feliz aqui apesar de não ter nada, minha vida é muito simples mas regada felicidade até porque aqui ninguém precisa mostrar o que não é. As pessoas de social andam de chinelo na rua depois do trabalho, eles bebem muito e como meninas e meninos são muito belos é um choque ver gente linda entortando o caneco pelas ruas, as famílias são grandes média de 2 a três filhos fácil isso mostra como são família, casais muito jovens, é muito fácil ser feliz aqui.
Teacher Fê: Como já passa de 5 meses, como tem feito pra se manter?
Veronica: Trabalho de segunda a segunda não paro. Eu fui muito abençoada quanto a trabalho aqui. Economia total.
Teacher Fê: Pretende voltar para o Brasil?
Veronica: Gostaria de tentar trabalhar nas Olímpiadas mas todos aqui falam que é besteira voltar para o Brasil mas para ficar aqui também custa caro.
Teacher Fê: Que conselho você daria pra quem quer fazer intercambio na Austrália? Veronica: Vem antes que as portas se fechem como aconteceu nos EUA. As pessoas estão vendo o quanto se pode ter de qualidade de vida aqui, aqui é um Brasil que deu certo. Temperatura bastante parecida, pessoas muito simpáticas e alto astral e tudo funciona. Todos incorporam o senso de civilidade.
Teacher Fê: Como tem sido ficar longe da família todo esse tempo?
Veronica: Sempre fui longe da família então não pegou muito sofrimento como vi outras pessoas aqui sofrendo. Pega mais a preocupação de saber que se algo acontecer você não estará lá.
Teacher Fê: Fez muitos amigos?
Veronica: As amizades aqui deixam o gostinho de quero mais porque estudantes vem e vão a todo tempo. Mas como estão todos muito carentes é bem fácil fazer amigos sim.
Teacher Fê: Durante o processo de aprendizagem da língua inglesa o que julga ter feito a diferença para que chegasse ao nível de inglês que agora tem?
Veronica: Escola é puxada, morar com gringo e ler os jornais locais e assistir televisão ( apesar de fazer quatro meses que não assisto)
Teacher Fê: Passou por algum situação engraçada? Alguma gafe que tenha cometido que queira compartilhar?
Veronica: Trabalhar na feira e não saber o nome das coisas que te perguntam e você pede para outro freguês te ajudar; falar com seu flatmate que o outro morador é lindo maravilhoso e a namorada dele cair da escada e você descobrir que ela estava ouvindo e você se fingir de louca porque como o inglês não é perfeito não tem como ela provar nada. Levar um cliente de Greencab (taxi ecológico) para um lugar quando ele disse outro; ouvir por horas uma senhora do Sirilanka com super sotaque carregado falar dez vezes como o marido dela morreu e cada vez entender algo diferente.
Teacher Fê: Caso volte para o Brasil o que pretende fazer com o idioma e experiência de vida que conquistou?
Veronica: Trabalhar na minha área e obter o retorno do meu investimento. Tenho formação em Eventos, me graduei e me pós graduei pela universidade Anhembi Morumbi, mas trabalhava na área comercial da mesma universidade com orientação profissional. Não trabalhei em muuuuitos eventos como gostaria, mas trabalhei. Por isso estou atrás do inglês para entrar na minha área por definitivo.
Muito obrigada Veronica por compartilhar sua experiência.
Viram só pessoal? não é tudo flores, tem que ralar, abrir mão de mordomias, arregaçar as mangas se não tiver quem te banque, mas ainda sim é possível.
Bom queridos, espero que tenham gostado!!! E qualquer dúvida que tenha ficado, deixa nos comentários que eu vejo com a Veronica e falo pra vocês. ;)
As entrevistas ainda não acabaram, mais novidades em breve!! Continuem comigo!
beijoooo!
Fê
Oi Ve!! parabéns pela coragem. Também moro fora do Brasil há 4 anos e sei que não é fácil. Muita força e determinação para nós. Beijos
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